sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Poemas Reducionistas de Paulo Leminski [1]

I - Se
se
nem
for
terra
se
trans
for
mar.

II - É Tudo o que Sinto
Inverno
É tudo o que sinto
Viver
É sucinto.

III - Acendo o Cigarro no Incenso
Dia sem senso
acendo o cigarro
no incenso.

IV - Apagar-me
Apagar-me
diluir-me
desmanchar-me
até que depois
de mim
de nós
de tudo
não reste mais
que o charme.

V - Do que o acaso é capaz
Atrasos do acaso
cuidados
que não quero mais
o que era pra vir
veio tarde
e essa tarde não sabe
do que o acaso é capaz.

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