segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A Garota dos Pés de Vidro (Ali Shaw)

"Por algum motivo, ele não a havia visto. Ela parecia ter saído de um filme dos anos cinquenta."

"Eu costumava usar cores vibrantes, açafrão e escarlate."

"Você acreditaria, ele disse (e na época ela disse que não), que há corpos de vidro aqui, escondidos na água do pântano?"

"Você acredetaria que há um animal no bosque que transforma tudo o que olha em branco puro?
Ela suspirou. Não. Não acredito"

"Eu a achei peculiar. Frágil. Facilmente quebrável."

"Ele considerava que o amor antes possuído estava morto havia muito tempo, deixando-lhe apenas remorsos e um coração seco."

"Os lençóis farfalharam e o colchão estalou. A luz se apagou."

"Fechou os olhos e sentiu certa felicidade por isso, junto da desconfortável idéia de que ela estava se transformando em vidro."

"Não. Ninguém pode curá-la porque ela não está doente. Isso não é uma doença. O vidro agora faz parte dela..."

"Gosto das coisas imperturbadas."

"Rastros na neve marcavam o jardim vazio."

"Não importa o que você aceita ou não aceita. O vidro vai continuar aí."

"Ele sentiu, suavemente, o cheiro dela, algo alpino (como vertigem)."

"Ela parecia antiga e desgastada."

"Então beijaram-se. O vento soprava sobre eles."

"Ele se inclinou para beijá-la nos lábios uma última vez, mas se afastou do toque duro e frio dos seus lábios."

"O ruído desapareceu na expansão do oceano."

Nenhum comentário:

Postar um comentário