sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Poemas Reducionistas de Paulo Leminski [2]

I - Poesia: 1970
Tudo o que eu faço
alguém em mim que eu desprezo
sempre acha o máximo.
Mal rabisco,
não dá mais para mudar nada.
Já é um clássico.

II - Saudosa Amnésia
Memória é coisa recente.
Até ontem, quem lembrava?
A coisa veio antes,
ou, antes, foi a palavra?
Ao perder a lembrança.
grande coisa não se perde.
Nuvens, são sempre brancas.
O mar? Continua verde.

III - O que o Barro querO barro
toma a forma
que você quiser
você nem sabe
estar fazendo apenas
o que o barro quer.

IV - Cinco bares,
dez conhaques
atravesso são paulo
dormindo dentro de um táxi.

V - O pauloleminski
é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau a pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhodaputa
de fazer chover
em nosso piquenique.

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