sexta-feira, 14 de junho de 2013

O Perfume - A História de um Assassino - Patrick Süskind - Trechos 1

"Com aquela única pancada, a delicadeza tornara-se para ela algo tão estranho quanto a aversão, tão estranha a alegria quanto o desespero."

"... morta por dentro, a mulher não sentia nada."

"Foi um monstro desde o começo. Ele se decidiu em favor da vida por pura teimosia e maldade."

"Perturbava-as simplesmente que ele estivesse ali. Não conseguiam sentir seu cheiro. Tinham-lhe medo."

"Pela primeira vez não era o seu caráter ávido que experimentava algo doentio, mas o seu coração que sofria."

"Precisava tê-lo, não pela mera posse, mas para sossego do seu coração."

"Tinha preservado e se apropriado do melhor dela: o princípio do seu perfume."

"Só a luz do luar lhe agradava. A luz do luar não conhecia cores..."

"E de súbito a solidão caiu sobre o seu ânimo qual negra superfície de espelho. Ele cerrava os olhos. Abriam-se os escuros portões de seu interior e ele entrava. Iniciava-se o espetáculo grenouilliano da alma."

"Sim, amá-lo é o que deveriam quando estivessem sob o fascínio de seu cheiro, não apenas aceitá-lo como igual, mas amá-lo até a loucura, até o sacrifício pessoal; deveriam tremer de encanto, uivar e gritar, chorar de prazer, sem saber por quê, cair de joelhos - isto é que deveriam fazer sob o incenso frio de Deus, só por chegarem a cheirá-lo!"


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