sexta-feira, 14 de junho de 2013

O Perfume - A História de um Assassino - Patrick Süskind - Trechos 2

"É bem verdade que não amava um ser humano... Amava a uma fragrância. Só ela e nada mais, e unicamente como a sua futura e própria fragrância."

"De fato, a menina era de estranha beleza. Pertencia aquele tipo de mulheres plácidas, feitas de mel escuro, suaves e doces, que com um gesto, um menear de cabelos, um único e suave olhar, dominam um ambiente, permanecendo quietas como no centro de um redemoinho, aparentemente inconscientes da sua própria força de atração, com a qual arrastam irresistivelmente as almas e os suspiros, tanto de homens quanto de mulheres. E era jovem, muito jovem..."

"De repente tudo era exatamente como naquele sonho, só que muito mais claro."

"Quem no começo, ao olhá-lo, sentira apenas compaixão e simpatia estava agora pleno de desejo nu e cru: quem primeiro admirara e desejara era levado ao êxtase."

"E todos se sentiam por ele atingidos e dominados em seu ponto mais sensível: ele os atingira em seu ponto erótico. Era como se o homem possuísse dez mil mãos invisíveis e como se ele tivesse posto a mão sobre o sexo de cada uma das dez mil pessoas aque o rodeavam, acariciando-o de tal modo que cada um, homem ou mulher, mais o desejava em suas mais secretas fantasias."

"O ar estava pesado com o doce cheiro do suor, do desejo e barulhento com a gritaria, com os grunhidos e gemidos dos dez mil animais humanos. Era infernal."


Nenhum comentário:

Postar um comentário